Objetivo


segunda-feira, 23 de março de 2015

HOMENAGEM JUSTA A DR JORGE CALMON


Dr. Jorge Calmon merece todas
as homenagens da Bahia.
Por decisão unânime dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado da Bahia a medalha comemorativa do Centenário do órgão será denominada Medalha Jorge Calmon. O relator do Projeto de Resolução, foi o conselheiro Antônio Honorato, que lembrou a importância de Jorge Calmon para a vida pública baiana e ainda salientou que o jornalista foi também conselheiro do TCE entre maio de 1967 a agosto de 1971.
Disse Honorato que Jorge Calmon teve uma presença marcante nos principais acontecimentos políticos, culturais e sociais da Bahia durante a segunda metade do século passado. Neste ano está sendo comemorado o centenário do jornalista.
Jorge Calmon Moniz de Bittencourt ou Dr. Jorge , como era chamado por todos que o conheciam, desde o homem do povo até as autoridades.  Faleceu aos 91 anos de idade, no dia 18 de dezembro de 2006. Ele nasceu no dia 7 de julho de 1915, sempre reconhecido pela sua elegância em tratar as pessoas  . Trabalhou durante 67 anos no jornal A Tarde, 47 dos quais como Diretor Redator-Chefe .
Teve  passagens memoráveis em defesa dos valores  e bens culturais e patrimoniais de nosso estado. Liderou a campanha "A Bahia não se divide", durante a Assembléia Nacional Constituinte de 1988 , quando queriam dividir o nosso Estado.
Era formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia, foi diretor da Biblioteca Pública do Estado; deputado estadual por dois mandatos, inclusive foi constituinte em 1946; secretário do Interior e Justiça; Chefe da Casa Civil do governo Lomanto Júnior; professor titular da Universidade Federal da Bahia. Exerceu grande influência e liderança na imprensa baiana e presidiu durante alguns anos a Associação Baiana de Imprensa - ABI; foi membro da Academia de Letras da Bahia, Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, além de ter participando da organização e implantação do atual curso de Jornalismo da UFBA e da própria Faculdade de Comunicação.

CONVIVÊNCIA

Trabalhei durante mais de trinta anos diretamente com o dr. Jorge Calmon no Jornal A Tarde, onde pude absorver grandes lições que diariamente ele repassava com sua extraordinária vivência e perspicácia.
Embora tivesse apenas uma pequenina participação acionária ele vivia o jornal durante 24 horas. Era a razão maior de sua existência e, sua dedicação sentida por todos que tiveram o privilégio de trabalhar sob seu firme comando. Cobrava resultados e ficava irritado quando o jornal dava uma notícia com algum erro, mesmo que fosse um pequeno erro de ortografia. 
Queria o jornal acompanhando os fatos principais e apresentando um conteúdo bem mais significativo que seus concorrentes e, também, os meios eletrônicos. Sempre atento às mudanças lutava para que novos equipamentos fossem adquiridos pela empresa para que o jornal apresentasse  cada vez mais qualidade e uma visibilidade mais atraente ao leitor.
Enfrentou alguns aborrecimentos já nos últimos anos em que ficou à frente do jornal, terminando por decidir se afastar definitivamente. Estranhei o jornal ter publicado na semana passada a notícia desta homenagem na 10ª página, portanto, numa página par, ao invés da 2ª ou outra página mais nobre.
Presenciei durante anos a sua preocupação com a nossa cidade mandando elaborar editoriais e reportagens enfocando assuntos com vistas a realização de melhorias por parte do prefeito da ocasião. Algumas vezes fui chamado por ele em seu gabinete para presenciar conversas com autoridades que lhe procuravam diante de matérias críticas que tinham sido publicadas pelo jornal.
Ele sempre mostrava a necessidade da autoridade realizar as obras ou tomar atitudes que viessem resolver aquele assunto focado na reportagem. E, concluía: Quando consertarem ou quando resolverem este problema o jornal estará pronto para divulgar. Assim, encerrava a conversa com a elegância de sempre. 
Na época o celular ainda não era acessível a todos. Lembro que ele tinha uma vida social intensa, porque era convidado para presidir solenidades, casamentos e outros eventos sociais.Tinha noites que dr. Jorge comparecia a três ou mais eventos. Eu ficava no jornal comandando a redação e aguardando para combinarmos a manchete da primeira página. Tinha um limite de horário. Quando ele não conseguia ligar eu mesmo dava a manchete para não atrasar a rodada do jornal.

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