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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A MORTE DE HAMILTON VIEIRA

Hamilton numa foto postada no Facebook
Morreu na madrugada do último dia 13 de dezembro o jornalista Hamilton de Jesus Vieira. Conheci Hamilton na Escola de Comunicação, da Universidade Federal da Bahia, onde tive a oportunidade de ser professor dele  por alguns semestres. Era um jovem negro, vindo de um bairro popular  e de uma família pobre. Expansivo e sorridente Hamilton enfrentava os preconceitos, às vezes reagindo com energia, noutras com palavras evasivas . Desta forma ia se afastando daqueles que insistiam em importuná-lo.
Fomos nos encontrar na redação de A Tarde, onde trabalhou alguns anos na reportagem e depois no Segundo Caderno. Gostava de trabalhar na área da Cultura. Não era um erudito, muito menos um estudioso. Mas, tinha o dom de gostar de um bom filme,da boa música,  de um bom show e curtia o carnaval, e tudo que fosse manifestação afro. Sonhava "em contribuir para acabar com o processo de exclusão e marginalização dos negros na imprensa e outros grupos marginalizados como homossexuais e mulheres."
Morreu aos 57 anos. Sempre foi repórter e às vezes as pessoas com quem trabalhou não tinham a sensibilidade de entende-lo. Lembro do seu riso largo , da gestualidade e, também de sua fragilidade como pessoa. Gostava do Hamilton.
 Mas, como atualmente estou afastado das redações, não tive nos últimos anos um contato maior com ele. A última vez que nos encontramos foi num almoço de aniversário de um ex-colega, numa churrascaria que fica no Dique do Tororó. Estava animado, brincalhão e sorridente. Assim era o Hamilton.
 Não sabia que estava com leucemia e  internado há 20 dias no Hospital Arestides Maltez.. Se soubesse teria ido visitá-lo para levar um pouco de conforto.
Também não  compareci ao seu sepultamento,porque quando tomei conhecimento já tinha sido sepultado no cemitério do Campo Santo. Fiquei sentido por não saber ou não ter sido avisado por algum colega ou amigo. Mas, fica daqui o meu sentimento sincero de mais esta perda.

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