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segunda-feira, 28 de maio de 2012

CIDADE DE SALVADOR - SALVADOR SEM RECURSOS PARA ENFRENTAR OS TEMPORAIS

CIDADE DE SALVADOR
Revista Manchete 1980
Texto Reynivaldo Brito


SALVADOR SEM RECURSOS PARA ENFRENTAR OS TEMPORAIS TEME CHEGADA DO INVERNO


Com a entrada do inverno no dia 20 de junho estação de muita chuva em Salvador, a situação da capital baiana, castigada há várias semanas por contínuos aguaceiros, torna-se ainda mais inquietante. A medida dessa inquietação foi dada pelo próprio Prefeito Fernando Wilson Magalhães, que, numa exposição ao Ministro Maurício Rangel Reis, do Interior, afirmou que a municipalidade de Salvador não tem condições de recuperar a cidade.
Para tanto são necessários Cr$ 45 milhões, que seriam encaminhados a fundo perdido pela, Presidência da República. Em outra manifestação, temendo a chegada de novas chuvas, setecentos e quarenta moradores do Conjunto Arquitetônico do Pelourinho encaminharam memorial ao Governador Roberto Santos pedindo providências no sentido de recuperar sete casarões coloniais tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que poderão ruir. Alguns desses prédios ameaçam, ainda, uma famosa igreja baiana - a de São Miguel-, onde residem voluntárias holandesas.

                                     OS PREJUÍZOS

Enquanto as providências não chegam, os baianos fazem o triste balanço dos temporais que assolaram a capital. Em vários pontos da cidade ocorreram desabamentos ocasionando a morte de quinze pessoas. As chuvas destruíram ainda dois dos principais acessos da Cidade Alta à Cidade Baixa - as ladeiras da Montanha e da Conceição-, dezenas de toneladas de barro rolaram para a Avenida do Contorno, enquanto a outra ligação urbana - o Pelourinho- foi interditada há alguns anos pelo Patrimônio Histórico objetivando a preservação daquele conjunto arquitetônico da era colonial.

                                            ÁGUA

O drama de Salvador não se limita, entretanto, ao desmoronamento de prédios, ao bloqueio de trânsito, ao deslizamento de ruas e ao sacrifício de vidas humanas. As chuvas afetaram, também, o frágil sistema de abastecimento de água de cidade, que vem sofrendo, nas últimas semanas, constantes interrupções no fornecimento. Houve o rompimento de uma adutora e a Estação de Tratamento de Bolandeira, responsável pelo suprimento de água aos principais bairros da cidade, ficou completamente obstruída pelo barro. Por isso as autoridades estão pedindo à população que economize água para evitar o colapso total, já que o atual serviço é insuficiente para atender às necessidades da população mesmo nos dias normais.

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